É nas margens das ribeiras que se encontra a matéria-prima necessária para o Sr. José Rosa criar as suas peças.  Ao lado de um pequeno ribeiro em Monchique, o Sr. José tem plantado vime e verga, que crescem na Primavera, para poder trabalhar nas cestas artesanais que faz nos tempos livres. A arte, diz ele, “aprendeu em todo o lado e em lugar nenhum”; que os antepassados da sua família praticavam, mas que foi por vontade própria que aprendeu sozinho a enlaçar as plantas para criar todo o tipo de produtos: cestas, abanicos, revestir garrafas, entre outros. A destreza de 40 anos neste passatempo permite-lhe fazer um cesto pequeno em menos de 2 horas, no entanto não o faz “à bruta”, mas sim com o brio de tentar, por vezes, fazer enlaces diferentes para um resultado ainda mais original.

O Mar d’Estórias ficou a saber que para além do vime e da verga, podem-se fazer peças de inúmeros materiais, como a cana, os arbustos das oliveiras bravas e das alfarrobeiras. Todavia, aqui, no armazém do Sr. José, trabalham-se estes dois produtos com a paciência e a sabedoria de até criar os próprios instrumentos – uns para furar o vime e outros para desfiar em ripas, para envolver as garrafas mais pequenas.

O processo de criação de peças é moroso, mas interessante para quem o faz com entusiasmo – apanha-se o vime e a verga e deixa-se secar ao sol; só depois de seco tira-se a pele e demolha-se em água quando se vai trabalhar para que fique flexível.

Em suma, todo este trabalho manual minucioso torna estas peças únicas e carregadas de um valor imaterial que o Mar d’Estórias tenta valorizar constantemente.