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Dos trapos nasciam bolas, dos paus, cavalos de corrida, das latas, carros com rodas feitas de caricas. A imaginação era a principal tecnologia para fazer acontecer! E agora?

 

Nos tempos idos dos nossos avós a criatividade e o reaproveitamento dos materiais do dia a dia ainda não eram pensados como formas de ajudar o meio ambiente no planeta, mas uma forma de colocar em prática ideias que se alastravam por ruas compridas decoradas pela imaginação das crianças.

Nessas ruas compridas moravam as crianças sonhadoras, havia espaço para girar o pião em terra batida e afastar o adversário para fora do círculo do jogo. Saltavam à corda ao som de uma cantiga que todos sabiam de cor e salteado. Rodavam carros de lata com onomatopeias potentes como os motores que se ouviam na estrada. Tudo era motivo de brincadeira, e agora, um motivo de agarrar nessas brincadeiras e passar o testemunho aos mais novos.

Brinquedos tradicionais, para que vos quero? Ainda existem brinquedos que acompanham a humanidade desde os tempos dos gregos e romanos, o pião é um exemplo de como preservamos as brincadeiras em grupo ao longo dos tempos. Desde o mais tradicional, ao pião contemporâneo, houve ajustes e mudanças que levaram a novas descobertas de como fazer girar um pedaço de madeira pelo maior tempo possível. Há a piorra que ao girar, cria uma ilusão de ótica, e dali nasce a cara de uma personagem com o nome de Maria ou António. Existem piões que já não precisam de um cordel à volta para rodopiarem infinitamente, mas precisarão sempre do entusiasmo e conhecimento de uma criança para o fazer.

Os brinquedos de lata cabem na memória de muitos, e fazem parte da história de Portugal. São 100 anos a comemorar os brinquedos da fábrica de Alfena que ainda deliciam crianças e adultos. As crianças de ontem, colecionam hoje os brinquedos feitos de lata em forma de Volkswagen, ou táxis da Mercedes. Esta fábrica foi durante muito tempo a única que produzia momentos de felicidade às crianças portuguesas. Primeiro veio a lata, depois a madeira e finalmente o plástico, as principais matérias usadas em cada brinquedo. A imaginação era a principal tecnologia para dar vida aos brinquedos, hoje vale o revivalismo e a felicidade ao recordar tão bons momentos.

Os jogos de tabuleiro da Majora sempre fizeram parte dos serões em família, ou dos dias chuvosos em que as crianças eram obrigadas a passar mais tempo dentro de casa. As caixas com mil e uma peças, persistem nas prateleiras e ensinam coisas sérias em tom de brincadeira. Ainda se lembra do Jogo da Glória? De como num segundo ganhava e no outro ficava retido no tabuleiro? Ou o Jogo do Sabichão, que tanto ensinava sobre cada matéria? Agora estão atualizados e virados para as novas gerações!

 

Os brinquedos tradicionais ainda contam histórias, porque estimulam a imaginação e reúnem várias crianças na mesma sala com o mesmo propósito, brincar!

 

É importante brincar? É tão importante que é considerado um direito da criança pela ONU! Ao brincar, a criança desenvolve a sua aprendizagem motora, cognitiva, social e emocional. É a brincar que a criança aprende o que é o certo e o errado, desafia o seu lado mais criativo para solucionar problemas e cria laços que duram uma vida. Brincar, é um assunto sério, faz parte de nós como se fosse uma extensão da nossa personalidade e deve ser exercitada até à idade adulta, para que nunca nos esqueçamos a criança que um dia fomos.

Antigamente, lá no tempo dos nossos avós, um brinquedo feito pelas próprias mãos tinha tanto valor que quando se estragava, era imediatamente remendado e voltava de novo para a rua com o mesmo encanto. Foi a primeira lição sobre os três “R’s” (reduzir, reutilizar e reciclar), mesmo sem terem a noção que faziam tão bem ao meio ambiente.

Um brinquedo tradicional, não terá luzes nem botões para o fazer movimentar. Será sempre a imaginação infantil a criar novos mundos, a mexer objetos inanimados e a dar-lhes vida. Atualmente, as crianças já não fazem parte da criação dos brinquedos, a história já vem contada, e por essa razão, os brinquedos dos dias de hoje tem um prazo de diversão curto, e sempre que existe um novo no mercado, substitui o outro. Felizmente, em Portugal a tradição ainda é o que era. Ou, talvez ainda melhor! Os brinquedos analógicos, agora com materiais que respeitam as normas de segurança, são cativantes pelos seus tons, formas e materiais amigos do ambiente. A marca Elou, faz os sonhos das crianças se tornarem realidade através dos brinquedos de cortiça com a forma de aviões ou foguetões, joaninhas ou carros de corrida. São brinquedos que estão sempre prontos a serem usados, não precisam da bateria carregada, apenas de um bom conjunto de ideias.

 

Brincar, brincar, rir e saltar é o melhor testemunho que podemos e devemos passar às nossas crianças.

 

São os brinquedos tradicionais que estimulam a criatividade e é a melhor forma das crianças se expressarem. Na loja online do Mar d’Estórias, encontre brinquedos de outros tempos que ainda produzem aquele brilho no olhar das crianças. Reviva os seus melhores momentos com elas!