Por estes dias, quebram-se as rotinas enquanto se mantêm as tradições carnavalescas! Por todo o Portugal os foliões mascarados saem à rua para brincar ao carnaval em festejos diferentes de região para região, mas todos num espírito de descontração e alegria.

 

As tradições transmontanas revelam tradições profanas que simbolizam a renovação da natureza na Primavera, com rapazes de máscaras assustadoras de madeira, cabedal, latão e lã que espantam os males e anunciam a entrada num tempo fecundo.

 

Em Macedo de Cavaleiros os caretos perseguem raparigas solteiras, dançam e correm de chocalhos à cintura e de varas na mão. São a personificação do diabo que vêm purificar a aldeia para que, este ano, os terrenos deem boas colheitas agrícolas.

 

Mas diz-se que é em Torres Vedras que se vive o carnaval “mais Português de Portugal”. Uma festa “que ninguém leva a mal” e onde não podem faltar as matrafonas (homens vestidos de mulheres), os reis, os carros alegóricos e os cabeçudos, sátira à nossa sociedade.

 

Para quem não sabe, a capital do carnaval Português é geminada com a cidade de Lagos. O padroeiro da nossa cidade, São Gonçalo, nasceu em Lagos e faleceu em Torres Vedras. Estas raízes perduram ao longo dos tempos e são nutridas por um sentimento de amizade e partilha. Por isso, pelo terceiro ano a Câmara Municipal de Torres Vedras colabora com o nosso Município para transformar o carnaval de Odiáxere num hino à alegria e à família.

 

Tal como em Torres Vedras, o Clube Desportivo de Odiáxere segue à risca a expressão “a vida são dois dias e o carnaval três,” uma festa que tenta aproximar os mais velhos dos mais novos, num convívio de carros alegóricos, muita música e diversão.

 

Este ano, o carnaval de Odiáxere comemora 25 anos e Luís Bandarra recorda como surgiu a ideia de criar um desfile para dinamizar o Clube Desportivo de Odiáxere que estava na falência. “A inspiração sempre foi a história de Odiáxere. No final da monda do trigo e cevada fazia-se um desfile de carros de besta de Odiáxere ao Cotifo. Tentámos recriar um carnaval com aqueles adereços da época.” Esse primeiro ano contou com “7 carrinhas da construção civil e atrelados decorados, ao lado da sede do clube; em 95 já fizemos a volta à aldeia e em 1996 apareceu o verdadeiro desfile”, conta Luís Bandarra, o presidente do clube desportivo, na altura.

 

As comemorações dos 25 anos contam com o empenho e dedicação de muitos voluntários, com o patrocínio do comercio local, da Caixa Agrícola e a Câmara Municipal de Lagos para uma festa sem igual! Este ano a fasquia foi elevada e apresenta 14 carros alegóricos, muita animação e bailarico. O que começou com uma simples recuperação financeira de um clube desportivo é agora o “ADN de Odiáxere que procura nunca jogar a toalha ao chão! [Estes 25 anos mostram] um povo com grande vontade e determinação.” Luis Bandarra e, agora, Sofia Santos (actual presidente do clube desportivo) uniram a Santa Casa da Misericórdia e o Infantário de Odiáxere para dar uma nova cor ao carnaval, com 2 gerações – os avós e os netos!

 

 

A organização pretende sempre evoluir, pelo que foi necessário “puxar pela nossa criatividade e utilizar outros materiais e técnicas que ainda não tínhamos conhecimento, como foi o caso da espuma expansora”, menciona Sofia Santos. Para o ano já têm como objectivo tirar algumas formações para elaboração de imagens em esferovite.

 

 

Em Odiáxere, vive-se muito a família, o orgulho de um povo persistente e a diversão de manter a tradição. O Mar d’Estórias acompanha esta dedicação e tradição que se vivem nos “dias gordos” do nosso município.  Esperamos que também se junte à folia destes dias!

 

Programa do Carnaval de Odiáxere aqui: https://bit.ly/2Gzn1rh